Vagabundo subindo a costa de Rio Grande ao Rio de Janeiro
- Newton Ribeiro
- 15 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
Era inicio do feriado da Semana Santa, no Uruguai é chamada de Semana de Turismo. No domingo anterior estávamos na barra de Rio Grande, esperando viagem para Laguna-SC. Como era vento de nordeste, teríamos que esperar um sul. Saímos apenas para um teste no oceano e retornamos para esperar a mudança de vento.
Na segunda-feira o vento estava mais forte e na quarta-feira o nordestão enlouqueceu e a castilhana me chamou no apito, pois teríamos que ir para Cebollati, para a Semana de Turismo, tendo em vista que a família dela estaria reunida por lá. Me despedi do pai e do Ronaldo (Pinóquio) e, com dó, retornei a Rio Grande-RS. Que tristeza! Meus cálculos era sair no domingo ou na segunda-feira e estaria de volta na quinta-feira para sair com a mulher e a filha Marlene para o Uruguai. Naquela época a Graciela não estava nem no projeto.
O pai e o Pinóquio fizeram uma baita viagem até Laguna-SC, onde embarcaram a Nadir e o Kiko, meu irmão menor, com 4 anos de idade. De Laguna-SC foram subindo e conhecendo todos os cantinhos da costa até o Rio de Janeiro-RJ.






O Vagabundo ficou na Marina da Glória e eles navegaram por todos os lugares próximos dali.
Na volta do Rio de Janeiro-RJ o pai e o Ronaldo vieram fazendo das deles até Florianópolis-SC, quando ele me ligou e disse: “- Preciso de ti aqui amanhã, bem cedo!” Então peguei o ônibus das 18:00 horas para Porto Alegre-RS e o da meia-noite para floripa. As 08:00 horas da manhã eu estava lá.

Acordei os festeiros que ainda dormiam e fui ligando o motor, soltando os cabos e saindo. Eles estavam com aquela tradicional cara de ressaca. O pai amanheceu febril e com dor de garganta. Saímos pela barra Sul, lá fora tinha um nordeste legal. Saímos com o drifter e com a mestra, o pai estava deitado no beliche e dali fazia a navegação, tomando remédios para a febre e garganta. O Ronaldo já estava cuidando da cozinha, como sempre, para ele “não tem ruim”, faz comida com qualquer tempo... e que comida!
Eu, fominha por timão, ia fazendo os meus quartos de leme e os deles também. No final da tarde refrescou de nordeste e trocamos o drifter pela genoa III, de madrugada a coisa apertou e o barco começou a surfar, mas o barco era exepcional de leme (e o pai com febre) eu agüentei no timão, subindo e descendo o cerro.
Quando amanheceu dei duas caturradas e resolvi chamá-los: “- Pessoal! Vamos puxar o freio de mão que a coisa tá demais!” Eles levantaram rapidinho e baixaram a vela mestra, o barco continuou andando igual, só com a genoa.
No través do farol da Conceição o pai já estava melhor da gripe e da garganta, mas o barômetro estava baixando. Ao anoitecer, pertinho da barra de Rio Grande-RS, começou a chover, mas o vento continuava de nordeste. Entramos a barra e eles foram para dentro da cabine e eu permaneci no leme, todo molhado, com aquela chuva no lombo. Eles faceiros, falando com os amigos pelo VHF e eu todo molhado. Entramos com motor e vela contra uma tremenda correnteza.
Chegamos no clube as 23:30 horas.
Foi uma bela velejada!





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