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Primeira travessia do Vagabundo Rio Grande/ Montevideo

Saímos para Montevideo, a fim de apanhar as velas do barco. Eram velas Neil Preide, confeccionadas em Hong Kong as quais apanharíamos por lá.

“Montamos” o Vagabundo com o que tínhamos, pegamos ainda uma vela mestra do veleiro Arpégee uma genoa do veleiro Nervoso (antigo Pequeno Príncipe, de Porto Alegre), que gentilmente foram emprestadas pelo Jorge Vidal e pelo Canhão.

Saímos para o oceano navegando durante toda noite e ao amanhecer percebemos que o leme do barco havia “endurecido”. Estavam à bordo do Vagabundo: o Ronaldo, o Wilson Diogo, o Gustavo Fernandes, o pai e eu. O Gustavo mergulhou e viu que o leme estava torto. Passamos um cabo e tensionamos no sentido contrário, o que não resolveu o problema e resolvemos voltar à Rio Grande para realizar o conserto. Improvisamos o pau de spynaker com um painero pequeno como saia, amarrado ao estai da popa. Para atrapalhar ainda entrou um vento Sudeste, forte, que por sorte não se agüentou muito, pois eram necessários dois no leme, tal a força que fazia.


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Ao entardecer encontramos um barco pesqueiro que iria recolher a rede e mais tarde estaria retornando rumo à Rio Grande, não haveria problema nenhum em dar um reboque. Beleza! Fundeamos e fomos descansar.

Já era noite quando passamos o cabo entre o cunho de amarração, molinetes e tudo que tinha direito. O pesqueiro andava a dez milhas por hora, era “toma-e-toma”. Chegamos as 23:00 horas em frente à Pescal (fábrica de peixes em Rio Grande), pois eles iriam descarregar o pescado por ali. Agradecemos e fomos no “tranquinho” até o RGYC onde os familiares nos aguardavam. No outro dia fomos até o extinto DEPREC (Departamento Estadual de Portos, Rios e Canais) onde subiram o barco para ser trocado o eixo do leme. No mesmo dia o Vagabundo voltou ao clube.

Estávamos fazendo uma faxina no convés e numa das brincadeiras (estúpidas pra variar) entre o pai e o Canhão, o “velho” acabou escorregando e batendo na quina do cockpit, tendo que ser levado ao hospital para enfaixar as costelas. O coitado do pai não podia nem rir, estava brabo o caso dele.


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Partimos novamente rumo a Montevideo. Saímos de spynaker em cima, era a única vela original do barco. Com um vento soprando do quadrante nordeste o spinaker quase perdeu a cor. Permaneceu de Rio Grande até a Ilha de Flores, a dez milhas de Buceo. Eram por volta das 22:00 horas quando demos um jaibe no través da ilha e ficamos com amuras a bombordo. Ai levamos um susto! Arrebentou um cabo do comando do leme. Entrei rápido na cabine e trouxe a cana de leme. Em 20 segundos estava funcionando. Baixamos o spinaker e colocamos o magnífico a funcionar. O magnífico era um motor Mold de 20 hp, a gasolina, muito temperamental. Fundeamos numa poita, tomamos uns drinks e fomos dormir. No outro dia conseguimos vaga no cais e a noite fomos para um churrasco regado a Pilsen (cerveja uruguaia) na casa do meu sogro. Que derrubada! Uma lástima eu ter que retornar para trabalhar. Eles seguiram para Buenos Aires após o barco ter recebido suas velas no porto de Buceo.

Nos cabos de comando do leme o pai trocou as roldanas, que eram de bronze, por roldanas de tecnil (nylon). Nunca mais incomodaram!

Eles saíram à tarde de Montevidéo rumo a Buenos Aires. À noite, na altura da Recalada, entrou um pampeiro com chuva e vento e eles tiveram que esperar amanhecer para seguir.


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Em Buenos Aires encontraram com o Quanton, barco uruguaio com o mesmo sistema de gabine do Vagabundo. Tenho umas fotos deles juntos. Na volta vieram com vento de proa até o Albardão, ai quebraram o mastro, por uma falha num dos parafusos da cruzeta. Era de noite, mais ou menos meia noite. Ao amanhecer eles aterraram, chegando bem perto da costa. Estavam com pouca gasolina e o Gustavo foi a praia tentar conseguir uma carona para vir a Rio Grande pegar mais combustível. Quando chegou com o combustível eles não estavam mais, havia passado um pesqueiro que deu reboque para eles até Rio Grande, sendo que o trato era que eles viriam pela costa com o combustível que tinham e o Gustavo iria ao encontro deles. No final saiu tudo bem, chegaram no clube com o mastro no convés, em duas partes, o pai fez um trabalho nas cruzetas, com dois parafusos e um baby forte para o mastro não flambar com onda de proa .


 
 
 

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