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De Porto Alegre ao porto de Estrela

Depois de uma semana agitada ,em que recebemos a visita de familiares, amigos e acertar umas buchinhas na reversão para sair o barulho da mesma, resolvemos ir a Estrela e Lajeado, duas cidades separadas por uma ponte .

Convidamos um casal de amigos para nos acompanhar, o Octaviano e a Zélia sua mulher, que teria que começar a trabalhar na outra semana. Neste caso, então ela poderia fazer o trajeto de ida, e voltar de ônibus para Rio Grande quando chegássemos a Estrela. Acertamos isso na segunda-feira, e eles saíram de ônibus de Rio Grande na terça a tarde, chegando a noitinha no Iate Clube Guaíba, com chuva e vento.



Na quarta-feira amanheceu bonito, ai aproveitamos, fomos as compras e colocamos combustível para a viagem. A tarde ficaria pronto as buchas da reversão, beleza... montamos tudo, terminamos às vinte horas, para sairmos no outro dia de manhã rumo a São Jerônimo, primeira etapa da viagem . Tudo acertado, saímos por volta das oito horas numa bela manhã, passando pela Usina do Gasômetro, e pegando o rio Jacuí, passando por baixo da ponte que liga a zona sul a capital. Ali tem casas muito bonitas, nas margens do rio, passamos depois pelo terminal Santa Clara, onde os navios tem um canal longo a percorrer. Seguimos serpenteando no meio das ilhas .A meia tarde passamos pela Penitenciária de Segurança máxima de Charqueadas, e a tardinha chegamos a São Jerônimo. A cidade muito pitoresca e aconchegante, com seu Iate Clube amigo e hospitaleiro, no comando do Sr. Darci cmte de uma linda lancha. Conversamos e tiramos fotos, fizemos belas amizades além da presteza do seu Cardinho, um funcionário do clube.

Na sexta feira saímos de São Jerônimo sempre com ventinho de proa, e muito calmeiro. Seguimos sempre a motor... dali pegamos o rio Taquari e seguimos em frente. A cidade de Triunfo fica em frente a São Jerônimo, com travessia a toda hora. Cidade também linda de se olhar do rio. Passamos por General Câmara, onde tem um estaleiro, por Barretos com uma ponte de ferro onde começa as boias demarcando o canal, embora seja fundo até a barranca do rio .


Passamos pela cidade de Taquari, onde tem estaleiros e terminais de grãos; cidade voltada para o rio e com uma balsa, que atravessa os carros que por ali passam. A correnteza no rio é muito forte... pois sabendo que estaríamos a umas cinco milhas e meia, teve lugar que chegamos a andar em uma milha de velocidade tamanha a correnteza. Anoitecemos chegando a ponte da cidade de Mariante, encostamos para o pitstop do Pingo, amarramos numa árvore e dormimos ali mesmo .


Sábado amanheceu, e seguimos em frente... passamos por baixo da ponte e seguimos o serpenteado do rio, pelos meios dos vales. Muito bonita a paisagem, a gente não cansa de apreciar cada detalhe, a natureza realmente nos surpreende e nos premia.

Chegando a barragem de Bom Retiro do Sul, por volta de doze e trinta, falamos por rádio com seu Luiz, ele nos mandou entrar direto. Embora a passagem de embarcações comuns seja das 8 h as 8:30 e dás 18:00 as 18:30.Agradecemos a cortesia e entramos amarramos no cabeço flutuante e subimos até encima direto, sem problemas. Depois de estar lá encima, experimentamos através de um cabo de proa e um de popa, ver a altura do mastro. Vimos que faltava uns quarenta centímetros de altura, para o mastro passar. Seu Luiz lá de cima nos disse que não passava, mas eu já tinha pensado nessa possibilidade... ai foi fácil: coloquei o pau de spinaker com o amantilho, mais a adriça do balão e um cabo de segurança.





O Octaviano foi de cadeirinha fazer peso, mais a tripulação na borda com o reforço de um amigo que chegou e que estava de passagem por ali; ele perguntou da onde éramos ; respondi que de Rio Grande. Ai ele falou que conheceu um pessoal há alguns anos atrás vindo de Rio Grande... bom.. lembrei dele, era o Roque disse então que fora eu mesma que estivera ali...O que a idade faz com a gente!!! ele então já nos convidou para comermos um churrasco na casa dele. Bem a manobra foi dez, passamos com o mastro na conta... a antena do vhf entortou para trás... mas tudo bem, seguiu falando .Depois de passar a barragem seguimos até o porto do Roque que fica a umas cinco milhas da cidade. Passamos o resto da tarde ali, com aquele pessoal muito hospitaleiros, dormimos ali no portinho, e no domingo seguimos viagem, pois a Zélia tinha que pegar o ônibus para Porto Alegre e em seguida para Rio Grande.

Passamos por Cruzeiro do Sul antes de chegar a Estrela e Lajeado. Quando chegamos no porto de Estrela estava descarregando a chata Trevo Roxo, e atracamos no contra bordo. Um pessoal muito amável nos ofereceram para ficarmos ali mesmo .



A Zélia foi com o Octaviano pegar o ônibus, e nós ficamos por ali mesmo confraternizando com a tripulação do Trevo Roxo. Passamos o resto da tarde ali, e a noite tivemos que passar para a popa, devido ao grande número de árvores que vinham na correnteza e nos batiam .

Na segunda feira o Colibri começou seu retorno a Porto alegre, depois de atingir seu objetivo com êxito. .Agora era descer a ribanceira com correnteza a favor, com muita velocidade. Saímos de Estrela por volta das 8 horas, e chegamos ao portinho do Roque para nos despedirmos do pessoal. Seguindo em frente até a barragem de Bom Retiro do Sul.

Ao chegar a barragem tinha no cais, duas chatas. Quando encostamos no cais vieram olhar o barco e eu mais que rápido os convidei brincando...para dar uma voltinha mesmo que pequena. Fizemos a mesma manobra que na vinda, agora com mais gente para adernar o barco. Um deles disse-me que tinha medo de água. Então ficou olhando do cais para ver se o mastro não pegava na barragem. Dito e feito passamos sem problemas. Encostamos de novo e fomos almoçar.


Quando chegou seu Luiz, brincou comigo dizendo que não tinha buzinado para eu passar e que tinha que dar volta...sorria de orelha a orelha, e eu disse: Pelo amor de Deus, nem que a vaca tussa...ahahahah. Deu-me umas dicas para sair da barragem, que saísse com velocidade e que levaria uma "bofetada" por boreste, sem problemas... o Colibri sacudiu, mas não perdeu o rumo. Saímos da barragem andando a 8 milhas na lenta, andando muito com algumas boias submersas vindo a tona só sua ponta.

Chegando a ponte de Mariante, passamos de ré, pois qualquer coisa que pegasse no mastro sairíamos contra a correnteza. Entre Mariante e a cidade de Taquari batemos numa boia submersa fora de posição. A princípio não houve nada, depois da cidade de Taquari, perto de Barretos, percebemos água no casco. Entramos de proa na barranca, amarramos o Colibri numa árvore e fomos esgotar para ver por onde entrava. Descoberto o local, colocamos sabão e fomos descansar. Dormimos ali mesmo e no outro dia chegamos a São Jerônimo, na qual cobrimos o local com massa de poliéster.

Tivemos no Iate clube de São Jerônimo, a grata, satisfação de participar de um jantar das quartas-feiras, com o pessoal do clube, onde fizemos novos amigos. Pela manhã saímos rumo a Porto Alegre, chegando a meia tarde no Iate Clube Guaíba, reabastecemos de água, e no outro dia, seguimos rumo ao Iate Clube Itapuã. Passamos por dentro da Chico Manoel e dali direto ao Clube Náutico Itapuã.

Sábado amanheceu feio e ventoso, e teríamos uma previsão para podermos navegar só na segunda-feira, portanto o tripulante Otaviano decidiu, no domingo retornar para Rio Grande de ônibus, ficando a bordo a tripulação original.

Domingo curtimos Itapuã, uma cidade encantadora, com suas belezas naturais, além do mais tivemos a visita da Crok Crok, a garça mascote do CNI, que segundo eles esta "chocando" seus ovos. Veio em busca de peixe fresco. Neste clima de paz que nos preparamos para realizar, a última etapa da nossa viagem, a travessia da Lagoa, Itapuã a Rio Grande. A todos recomendamos conhecer este pitoresco lugar, a Linda Itapuã, seja por terra ou por mar. Abraços ao amigos de Itapuã e Bons Ventos a todos!


Relato disponível também no Blog Flotilha. 2012.

 
 
 

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